DEFESAS DE DISSERTAÇÃO – MÊS DE DEZEMBRO
Data da publicação: 9 de dezembro de 2020 Categoria: Defesas, NotíciasDiscente: Allan Gomes Menezes
Data: 17/12/2020
Hora: 19:00
Local: Videoconferência Online
Título: Imagens movimentícias: quando a fotografia tangencia o cinema
Palavras-Chaves: Entre-imagens. Fotografia contemporânea. Cinema.
Páginas: 150
Resumo:
Essa dissertação pretende compreender quais as alterações plásticas, conceituais e midiáticas que advém em uma imagem fotográfica ao ser acrescida de um movimento no interior do seu quadro que é tão discreto e sutil que se faz ambíguo entre o estático e o movimento ao ponto de causar uma confusão em seus espectadores, que não identificam a temporalidade dela de imediato. Essa discussão é alcançada de maneira pertinente através do diálogo com os nossos objetos, duas obras contemporâneas brasileiras: “Frutos Estranhos’’ (2006) de Rosângela Rennó e “Arvorar’’ (2012) de Kátia Maciel. Partiremos do conceito de “imagens técnicas’’ de Vilém Flusser, já que este abarca tanto a fotografia quanto o cinema, para entender como essas características diluem-se entre essas imagens. Com o conceito de “entre-imagens’’ de Raymond Bellour entenderemos como ocorrem os entrelaçamentos de imagens com temporalidades distintas e como nossos objetos se destacam por uma hibridização demasiada tênue. Para compreensão dessas imagens faremos um diálogo entre conceitos advindos tanto do cinema quanto da fotografia; ao transversalizá-los, visamos aproximar a forma da escrita da forma das obras, desenvolvendo uma análise híbrida assim como os objetos, sem deixar de citar o vídeo e as novas mídias como mediadores dessa hibridização. Também consideraremos imagens fora do meio artístico, entendendo que a produção de imagens em geral está conectada. Dois grandes momentos da produção artística, o projeto moderno e o contemporâneo, serão considerados a fim de expor as experiências que circundam os objetos, para isso estabeleceremos diálogos com autores como Maurício Lissovsky, Jacques Aumont, André Bazin, Arlindo Machado, Philippe Dubois, entre outros. Para compreendermos como os objetos põe em xeque a questão temporal de ambas as linguagens abordadas, iremos nos debruçar sobre seus dispositivos, suas formas consolidadas e sua leitura feita pelo público, para isso nos apoiaremos nas ideias de André Parente, Antonio Fatorelli, Lúcia Santaella, Roland Barthes, entre outros. Com isso faz-se viável uma análise aprofundada desses objetos focada em sua limítrofe temporalidade relacionando-a com outras questões presentes nas obras, viabilizando o entendimento da forma e do contexto em que elas são produzidas e quais são seus efeitos no público.
MEMBROS DA BANCA:
Goncalves dos Reis Filho (UFC – Orientador)
Marcelo Didimo Souza Vieira (UFC – Membro Interno ao Programa)
ANTONIO PACCA FATORELLI (UFRJ – Membro Externo à Instituição)
Discente: Cláudia Alexandra António Rodrigues
Data: 18/12/2020
Hora: 09:30
Local: Videoconferência Online
Título: Os rostos na obra Criança Tapeba, do fotógrafo José Albano, uma leitura da imagem dos povos indígenas do Brasil
Palavras-Chaves: Fotografia; José Albano; Tapeba; Povos indígenas; Modelo de indianidade; Rosto
Páginas: 242
Resumo:
A presente pesquisa propõe uma análise da série fotográfica Crianças Tapeba (1988), do fotógrafo cearense José Albano, produzida num momento de reorganização das populações indígenas cearenses, que se opunham à ideia, construída desde meados do século XIX, da inexistência de povos indígenas no Ceará. O povo Tapeba vivia, naquele momento, a transição de uma etnicidade silenciada, para uma postura de afirmação e busca do reconhecimento da sua identidade. Sendo Criança Tapeba uma obra que tem como intuito fortalecer a afirmação identitária indígena do povo Tapeba, a presente pesquisa reflete sobre de que forma essa afirmação foi construída e se concretizou nestas imagens desde a encomenda da obra até às imagens produzidas, passando pela sua produção. Da totalidade das quarenta e oito fotografias que compõem a obra, em sua publicação mais extensa, tomei como referência e recorte para esta pesquisa as dez fotografias presentes no livro José Albano: 40 anos de fotografia, de José Albano. Assumindo o vasto contexto imagético sobre os povos nativos, produzido ao longo dos séculos, em que as imagens estão inseridas, a análise das imagens foi construída através do resgate das diferentes fases da vida dessas imagens. O presente trabalho intenta trazer mais uma contribuição para o estudo das imagens dos povos nativos brasileiros, assim como a colmatar a lacuna de pesquisas sobre fotografias produzidas no Ceará e por cearenses – especialmente fotografias que dizem respeito aos indígenas. Do ponto de vista metodológico, este trabalho levou em conta a relação entre o gesto do “homem da tautologia” e o “homem da crença” (Didi-Huberman 1998) e os conceitos studium e punctum, de Roland Barthes (1984). Além de autores ligados ao estudo das imagens, esta dissertação dialoga com os conceitos de imagens endógenas e exógenas de Hans Belting, (2005 e 2007), na sua relação com a produção de imagens do outro e na construção de estereótipos (Peter Burke, 2017). Neste trabalho é ainda desenvolvida uma reflexão sobre o rosto, guiada pelas contribuições de alguns autores como Hans Beting (2007; 2019) e Gabriela Reinaldo (2020a; 2020b). Interessa neste ponto discutir o rosto das crianças fotografadas – rosto como indicador identitário e étnico – e perceber de que modo esses rostos se colocam perante a ideia estereotipada da existência de um fenótipo indígena único e homogéneo. Contamos ainda com a contribuição de Annateresa Fabris (2004) na sua reflexão sobre os usos sociais do retrato. Para além da pesquisa documental e bibliográfica, esta pesquisa é também fruto de um trabalho de campo com as pessoas envolvidas na obra, como o povo Tapeba, o fotógrafo José Albano, os interlocutores das entidades que fizeram a encomenda e fotógrafos-pesquisadores que fazem parte da cena cearense. Perante a heterogeneidade de traços presentes nos retratos das crianças Tapeba, ainda que moldadas em sua produção por um olhar que segue um modelo de indianidade pré-estabelecido, as imagens de Criança Tapeba libertam-se e tornam-se independentes atuando na desconstrução dos estereótipos que, num primeiro momento, as moldaram.
MEMBROS DA BANCA:
Gabriela Frota Reinaldo (UFC – Orientadora)
Osmar Goncalves dos Reis Filho (UFC – Membro Interno ao Programa)
Isabelle Braz Peixoto da Silva (UFC – Membro Externo ao Programa)
Carmen Luisa Chaves Cavalcante (UNIFOR – Membro Externo à Instituição)
Discente: Raphaelle Christine Batista de Lima
Data: 18/12/2020
Hora: 09:00
Local: Videoconferência Online
Título: Credibilidade no jornalismo independente: uma análise do ethos discursivo da Agência Pública
Palavras-Chaves: Jornalismo Independente, Credibilidade, Ethos discursivo, Contrato de Comunicação, Agência Pública
Páginas: 130
Resumo:
Marcada por um contexto de transformações paradigmáticas no jornalismo (DE CHARRON, DE BONVILLE, 2016), de crise econômica e de confiança (CHRISTOFOLETTI, 2019a), além da multiplicação de iniciativas independentes e alternativas no ambiente digital (FIGARO, 2018; FERNANDES, 2019), a discussão sobre credibilidade e independência se mantém como uma das mais caras aos estudos do jornalismo. No entanto, os temas costumam nortear pesquisas que têm como objeto a mídia convencional (BENETTI, HAGEN, 2010; LISBOA, 2012; OLIVEIRA, 2012), sem abordar a construção de credibilidade pelas iniciativas de jornalismo fora do mainstream. No Brasil, a Pública – Agência de Jornalismo Investigativo, surgida online em 2011, se apresenta como a primeira sem fins lucrativos do País e é uma das experiências de jornalismo independente mais consolidadas nacionalmente. Por meio de revisão bibliográfica, discutimos noções e valores do jornalismo independente e alternativo (ATTON, HAMILTON, 2008; DOWNING, 2002, 2008; PERUZZO, 2009; KARPPINEN & MOE, 2016; FORDE, 2011) e articulamos diferentes perspectivas sobre credibilidade presentes em estudos nacionais e internacionais (BERGER, 1996; PATRÍCIO, 1999; LISBOA, 2012; SERRA, 2006b; BLÖBAUM, 2014; USHER, 2017; ZAHAY et al, 2020). Nosso esforço teórico-metodológico está inserido na Análise do Discurso, a partir da qual recorremos aos conceitos de contrato de comunicação (CHARAUDEAU, 2012) e ethos discursivo (MAINGUENEAU, 2006), a fim de perceber como a Pública desenvolve credibilidade em sua identidade e, em se tratando de jornalismo independente, se as marcas de credibilidade se distinguem daquelas encontradas na mídia convencional. Entre os resultados alcançados pela pesquisa, a proposta de uma categorização a partir de características do jornalismo independente e alternativo digital, como autonomia, inovação, transparência, proximidade e complementaridade; um ethos discursivo revelado por um caráter feminino, independente, inovador, colaborativo, engajado e transparente, no qual observamos marcadores de credibilidade que tanto buscam se diferenciar do jornalismo convencional, especialmente nas dimensões financeira, editorial e no relacionamento com o público, quanto se aproximam do ethos jornalístico estabelecido, a partir de valores deontológicos, autoridade profissional e defesa da democracia.
MEMBROS DA BANCA:
Edgard Patrício de Almeida Filho (UFC – Orientadora)
Diógenes Lycarião Barreto De Sousa (UFC – Membro Interno ao Programa)
Kamila Bossato Fernandes (UFC – Membro Externo ao Programa)
Rogério Christofoletti (UFSC – Membro Externo à Instituição)
Discente: Thaís Jorge De Freitas
Data: 18/12/2020
Hora: 14:00
Local: Videoconferência Online
Título: Testemunho e webjornalismo: a construção da reportagem afetiva de @demitritulio no Instagram
Palavras-chaves: Webjornalismo; Instagram; reportagem afetiva.
Páginas: 110
Resumo:
Em contexto de mobilidade, empresas de comunicação e jornalistas utilizam as redes sociais (RECUERO, 2009) e aplicativos para dinamizar a produção e distribuição de conteúdo aos usuários. Dentro desse contexto de transformação do jornalismo, essa pesquisa investiga a construção da reportagem afetiva pelo jornalista Demitri Túlio, no Instagram, sobre o Parque do Cocó, em Fortaleza. Nesta pesquisa, intentamos analisar de que forma elementos do webjornalismo auxiliam na construção dessa narrativa, assim como explorar essas marcas de afeto dentro da produção do jornalista @demitritulio. Nos procedimentos metodológicos, identificamos a pesquisa bibliográfica, entrevista em profundidade, estudo de caso (YIN, 2001) e análise da narrativa sob a perspectiva da afetividade (MEDINA, 2008; PERES, 2017). Constatamos que multimidialidade e testemunho colaboram para a construção dessa narrativa afetiva pautada pela sensibilidade.
MEMBROS DA BANCA:
Edgard Patrício de Almeida Filho (UFC – Orientador)
Ricardo Jorge de Lucena Lucas (UFC – Membro Interno ao Programa)
Juliana Fernandes Teixeira (UFPI – Membro Externo à Instituição)