Centenário de Antônio Bandeira no Museu de Arte de UFC
Data da publicação: 23 de maio de 2022 Categoria: NotíciasApós transferir-se para o Rio de Janeiro em 1945, participa de exposição coletiva com Aldemir Martins e Inimá de Paula, realiza sua primeira individual e conquista uma bolsa de estudos para estudar em Paris, na Escola Superior de Belas Artes e na Academia de La Grande Chaumière.
Naquele país, teve contato com grandes mestres do desenho (Narbonne) e da gravura (Galanis) e realizou exposições na Citè Universitaire, Quartier Latin e Galerie des Deux Iles. Sua atuação artística ecoa consideravelmente no cenário internacional, principalmente em Paris, onde grande parte da sua trajetória e amadurecimento artístico está relacionada.
Em 1954, Bandeira expôs na XXVII Bienal de Veneza. Neste mesmo ano, em seu regresso ao Brasil, conquista o Prêmio de Viagem ao País (Salão de Arte Moderna) e o cobiçado “Internazionalli Fiat de Torino” (II Bienal de São Paulo). A sua atuação artística e cultural no Brasil torna-se ampla, realizando mostras e exposições em quase todo o território nacional, a exemplo da primeira exposição individual que inaugura o Museu de Arte Moderna da Bahia, em 1960.
A instalação do Museu de Arte da Universidade do Ceará- Mauc, possui importante relação com Antonio Bandeira, pois, quando da ideia inicial de fundação deste museu, o reitor Martins Filho convidou Bandeira para atuar na formação do acervo em conjunto com um grupo de artistas. Seu trabalho marca consideravelmente a história do Mauc, protagonizando a primeira exposição individual ocorrida após a inauguração da instituição em 25 de junho de 1961, além de integrar o acervo deste museu com um total de 40 obras – considerado o mais respeitado conjunto de acervo público do artista no País. Todo este acervo encontra-se atualmente em cartaz na exposição “Sempre Fomos Modernos”, mostra comemorativa dos centenários da Semana de Arte Moderna e dos nascimentos de Antonio Bandeira e Aldemir Martins, outro expressivo artista cearense, ambos com reconhecimento internacional.
Antonio Bandeira conta com uma sala permanente no circuito expositivo do Mauc, composta de pinturas, desenhos, guaches e gravuras abstracionistas. Dentre as quais destaca-se o painel “Cidade em Festa”, feito sob encomenda do reitor Martins Filho, para a Faculdade de Direito, no entanto, a obra permanece no Mauc até os dias atuais. Porém não podemos destacar outras representativas do acervo de Bandeira no Mauc como “Amazonas Guerreando”, “Cidade queimada de sol – uma homenagem à Fortaleza”, “Flora Azul” entre outras.
Antonio Bandeira faleceu em 6 de outubro de 1967, aos 45 anos de idade. Atualmente, a memória e a obra do artista são preservadas pelo Instituto Antonio Bandeira, criado pela família e pesquisadores de arte.