Doutorando do PPGCOM vence Prêmio Nacional de Comunicação e Justiça por estudo sobre cotas raciais
Data da publicação: 13 de agosto de 2025 Categoria: Notícias, PrêmiosAluno de doutorado no Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM) da Universidade Federal do Ceará (UFC), o jornalista Bruno de Castro venceu a categoria “Artigo Acadêmico” do 23º Prêmio Nacional de Comunicação e Justiça. A honraria é concedida pelo Fórum Nacional de Comunicação e Justiça (FNCJ), que este ano anunciou os ganhadores em São Luís, no Maranhão, durante o 19º Congresso Brasileiro dos Assessores de Comunicação (Conbrascom).
Bruno elaborou o estudo “Frente Negra da Defensoria: maior viral racial da história das DPs pauta importância das cotas”. Nele, analisa a campanha “Frente Negra da Defensoria”, veiculada pela Defensoria Pública do Ceará (DPCE), destacando o papel da Secretaria de Comunicação (Secom) da instituição para pautar as cotas raciais como tema urgente ao sistema de justiça cearense, um espaço ainda majoritariamente branco.
O pesquisador disputou a final com artigos de autores do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Mato Grosso. Essa foi a segunda vez que Bruno concorreu ao prêmio nesta categoria. Em 2024, ficou em terceiro lugar com pesquisa sobre a importância do trabalho de uma assessoria de comunicação para visibilizar o Transforma, mutirão da DPCE para alterar na certidão de nascimento o nome e o gênero de pessoas trans e travestis do Ceará.
Vinculado à Linha 2 (Comunicação e Práticas Socioculturais), o pesquisador ingressou no PPGCOM por política afirmativa. Pertence à primeira turma de cotistas negros do programa e venceu em 2024 o 3º Prêmio Lélia González, da Associação Brasileira de Antropologia (Aba), pela dissertação que escreveu no mestrado do Programa de Pós-Graduação em Antropologia (UFC/Unilab) sobre a relevância das mídias negras para o jornalismo brasileiro.
Bruno de Castro é orientado pelo professor doutor Edgard Patrício, integra o Grupo de Estudos PráxisJor (UFC) e dedica-se no doutorado do PPGCOM à escrita de tese sobre a relação entre a identidade racial de jornalistas brancos e as notícias por eles produzidas.
“Eu tenho dedicado meus últimos sete anos a pesquisas sobre a relação entre raça e comunicação. É evidente que esses dois campos no Brasil precisam se aproximar mais. E o artigo fala exatamente sobre essa possibilidade. Sobre essa urgência. Espero que de alguma forma ele contribua para a produção de outros estudos sobre o tema. Porque esse é um campo que só tende a crescer e a se aprofundar nas discussões acadêmicas. Não vejo como possa recuar”, afirma o jornalista.