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Universidade Federal do Ceará
Programa de Pós-Graduação em Comunicação

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PráxisJor lança estudo sobre trabalho de jornalistas cearenses na pandemia

Data de publicação: 29 de julho de 2020. Categoria: Notícias

Grupo de pesquisa PraxisJor inicia suas atividadesO estudo se baseia em dados colhidos por uma pesquisa nacional desenvolvida pelo Centro de Pesquisa em Comunicação e Trabalho (CPCT/ECA/USP). As respostas de profissionais da comunicação atuantes no Ceará motivaram a organização de um relatório local de pesquisa, a cargo dos professores Naiana Rodrigues e Rafael Costa, do Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Ceará (UFC) e participantes do grupo de pesquisa PráxisJor – Práxis no Jornalismo, vinculado ao Programa de Pós-graduação em Comunicação da UFC (PPGCOM/UFC). O relatório está disponível neste link: https://bit.ly/2AB031w.

Achados da pesquisa 

O Ceará é o quarto estado em número de participantes da pesquisa (6,8%), a maioria composta por pessoas de 30 a 39 anos (53,8%) e do gênero feminino (65,8%), solteiras (57,9%) e sem filhos (65,8%). Formados(as) majoritariamente em Jornalismo (94,7%), os(as) profissionais atuam principalmente como jornalistas (61%), em empresas de mídia tradicional (37%). As atividades que mais realizam são produção de conteúdos (32%), redação de textos (27%) e entrevistas (24%).

Para 32 dos 38 participantes, as novas dinâmicas adotadas em função da pandemia têm tornado o ritmo de trabalho mais pesado. Dos 32, 20 sofreram alterações na jornada de trabalho. Nos casos de aumento da jornada de trabalho, a variação foi de 1 a 6 horas diárias.

Os meios de trabalho mais utilizados pelos comunicadores são computadores (100%) com conexão de internet doméstica (95%) e smartphones (93%), de propriedade dos trabalhadores (81,6%). Quanto à organização de tarefas, observa-se um fenômeno de plataformização do trabalho, que passa a se desenvolver em redações virtuais através de aplicativos de mensagens instantâneas e de ordenamento de tarefas, além de serviços de e-mail.

Segundo a maioria dos participantes (65,8%), as empresas para as quais trabalham adotaram medidas preventivas suficientes para garantir a segurança dos profissionais. No entanto, ainda que minoritárias, algumas declarações (sete respostas) mencionaram a necessidade de exigência e negociação dos trabalhadores com as instituições para o efetivo cumprimento das medidas de segurança.

Metade dos profissionais que responderam à pesquisa elencou o contágio pelo novo coronavírus (deles e de seus familiares e amigos) como seu principal temor durante a pandemia, seguido do desemprego (23,7%).

Segundo revelam diversas respostas abertas de participantes, a instituição inédita e sistemática de home office por muitas empresas, principal mudança de rotina por eles declarada, resulta em uma variedade de adaptações e problemas de trabalho igualmente inéditos, cujas soluções são, muitas vezes, exigidas exclusivamente dos trabalhadores.

A organização não-presencial de tarefas impacta aspectos técnicos (como a dificuldade de debater as pautas durante o processo produtivo, que interfere na qualidade do produto final), e subjetivos, já que a comunicação entre colegas de trabalho é admitida, entre outros, como atenuante do sofrimento psíquico diariamente imposto pela rotina de trabalho.

Nesse sentido, cabe destacar que a sobrecarga de trabalho em tempos de pandemia se soma à histórica trajetória de precarização do trabalho feminino, marcado pela naturalização do trabalho doméstico, invisível e não remunerado como função feminina, e também pela inferiorização da mulher enquanto mão de obra, manifesta em disparidades de remuneração, mobilidade profissional e formas de contratação.

Esses dados integram um relatório elaborado a partir do banco de dados nacional com informações padronizadas e sistematizadas pelos pesquisadores do CPCT. Os resultados locais foram dispostos em quadros, gráficos e sentenças analíticas que nos permitem fazer afirmações sobre as condições em que trabalham os comunicadores no período de pandemia. A aplicação da pesquisa e a elaboração do relatório com dados do Ceará teve a colaboração do Grupo de Pesquisa Praxisjor, da UFC.

Serviço

Relatório “Como trabalham os comunicadores em tempos de pandemia da Covid-19? – dados do Ceará”

Organizado por Naiana Rodrigues (CPCT-USP/PraxisJor-UFC) e Rafael Costa (PraxisJor-UFC)

Disponível em https://bit.ly/2AB031w

 

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